segunda-feira, 26 de junho de 2006

às voltas com os números


Não com os da matemática porque, para estes lados, batem mais os ares das letras. Estou é a ver se consigo fazer uma lista para os concursos de professores, mas com tantos códigos, com tantos números, até me parece ser mais fácil acertar no euromilhões!

Vamos lá ver no que isto dá, porque, por enquanto, ainda não estou a ver uma luz que seja ao fundo do túnel... contudo, vamos ver no que isto dá...

Por agora vou voltar aos números! De facto, a matemática é a base de muita coisa... e Pitágoras não mente!

ufffffffffff


Custou mais foi. Muito nervisismo e 90 minutos depois, a festa rebentou. Portugal conseguiu, de novo, espremer a laranja holandesa que de mecânica já tem muito pouco. Num jogo impróprio para cardíacos em que a pior equipa foi, sem sombra de dúvidas, a de arbitragem, a selecção das quinas recorreu não às estrelas mas ao espírito de sacrifício para chegar aos quartos de final.

Não quero aqui fazer uma análise ao jogo. Quero apenas deixar uma nota solta relativa a um jogo onde a táctica deixou de existir a partir do momento em que os jogadores portugueses se uniram em torno a um objectivo: ganhar o jogo. De facto, não foram as estrelas, a nível individual, que ganharam o jogo; o que nos levou a ganhar o jogo foi o espírito de sacríficio de todo o grupo.

É esse espírito que aqui quero enaltecer. É essa união que hoje se celebra, essa entreajuda que torna as pessoas mais fortes e capazes de alcançar feitos históricos. São as consequências que daí resultam que levam os portugueses a festejar, que juntam em largos, praças e pracetas centenas e milhares de pessoas que não se conhecem, mas que, nestes dias, se abraçam, se comovem, discutem e, no fim, brindam à saúde de Portugal.

OBRIGADO E FORÇA PORTUGAL!

sábado, 24 de junho de 2006

deambulando até...


Acho que este fim de semana é mesmo imperdoável não estar aqui. Sentir a simpatia de toda uma cidade, ou melhor, de toda uma região. Mas não deu. Acabei por ficar pelas montanhas da Covilhã e viajo só para o norte na terça-feira.

Mas as fogueiras, o fogo de artifício e cada recanto desta cidade ganham um simbolismo ainda mais especial quando chega o verão e, com ele, o São João. A esta hora a cidade continua a ferver, a borbulhar e a animação dura já há mais de 24 horas...

Enfim, fico-me pelas notícias, pelas imagens e pelos sons da festa que me chegam atavés da minha princesa. Contudo, não é o mesmo: estar aqui sentado a postar ou estar a beber uns copos no Porto, pois não?!

memória de um natal


Estava a arrumar fotografias, ordenando-as por data e colocando-as dentro de pastas que, por sua vez, colocava dentro de outras pastas, quando dei por mim a olhar uma fotografia que tirei no dia 25 de Dezembro de 2003. Exactamente. É esta a foto! É verdade que o pôr do sol na praia é algo de sublime, mas o conquistar da escuridão nas encostas da Serra da Estrela também não é nada de se deitar fora.

Estava frio. Recordo. Tinha decidido ir dar uma volta com os meus pais para apanhar um pouco de ar e esticar as pernas. Não foi longa a caminhada, pouco tempo bastou para ver o sol encaminhar-se para oeste e a noite começar a envolver o vale, a montanha e a cidade que se aninhava aos pés desta.

Ver a Covilhã à noite desde a Serra, a minha Serra, é algo que me dá uma paz infinita e uma tranquilidade absoluta. Lembro-me de que, nesse dia, a cidade queria adormecer mais cedo: não havia movimento e a escuridão tomava, paulatinamente, conta da Cova da Beira.

Agora o calor aperta e o frio é uma mera recordação. Contudo, ao olhar esta foto, há 10 minutos atrás, uma ligeira vaga de frio percorreu-me!

sexta-feira, 23 de junho de 2006

cabo da roca


Na ponta mais ocidental da Europa, chovia. O céu estava carregado e, ao longe, era possível ouvir os trovões que ecoavam escarpa acima. O grupo que tínhamos levado até lá pouco se importou e palmilhou este sítio mágico de lés a lés. As fotografias são apenas fragmentos de um dia em viagem, de um dia diferente.

As fotografias são imagens que fixamos para nunca mais. São exemplos claros de uma paisagem que nos consome, que nos corrói, ou que simplesmente nos deixa com vontade de voltar uma e outra vez. E o Cabo da Roca foi apenas o fim do roteiro. Pelo caminho, outros fragmentos ficaram gravados na memória e na máquina fotográfica e prometo que, também aqui, haverá ecos desses locais.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

o baluarte


Ontem voltei. Fui de passeio mas acabei por ficar ainda mais encantado com aquela fortificação de granito. Não fui sozinho. Levei companhia. A viagem foi bem melhor, o passeio, igualmente.

O peso da história de Almeida parece que me transporta para uma nova dimensão e me faz esquecer tudo aquilo que existe das muralhas para fora. A espessura do granito impede a realidade de me tocar e impele-me a caminhar para o futuro, deixando para trás o passado, as mágoas e o cansaço.

As conversas, o caminhar de mãos dadas, os sorrisos cúmplices e até o almoço no Sr. Dias são um sumo cheio de vitaminas... o procurar o romantismo de Almeida, o bucolismo, calma e simplicidade que nos transmite, parecem-me boas actividades para este início de verão.

Ontem voltei. E estou certo de que esta não foi a última vez.

sábado, 17 de junho de 2006

coisas da informática...

Pois é, caso não tenham ainda reparado, troquei o contador ali à esquerda porque a engrenagem não parecia estar a funcionar muito bem. Este parece-me mais fiável, mas com a informática, nunca se sabe...

Para já, perdeu-se um número já bastante agradável. Não importa, a gaveta há-de recuperar... com tempo... com posts... com todos os que aqui vêm.

Obrigado pela vossa visita e, até ao próximo post.

tudo serve para ocupar o cérebro


À saída de casa, as acções habituais... o rodar a chave na ignição até o motor roncar; aquele ruído forte e metálico, quente nas manhãs frias e mais quente ainda quando o sol começou a fazer-me companhia, com a chegada da hora de verão.

Arranco. A rádio faz-me companhia. O António Macedo leva-me e acompanha-me até à Guarda. Contudo, primeiro, 4500 metros até à placa azul com letras brancas que gritam A23; continuo com o António Macedo, subo ao trono dos Reis da Rádio, sempre cheios de memórias de outros tempos e rio sozinho com os da Palmilha Dentada.

Reduzo a velocidade. Entro na noite e depois vejo erguer-se lá no alto a tal cidade que é, simultaneamente, Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa. Procuro agora outra estação, procuro os Cromos da T.S.F. e, 46 km depois encontro outro asfalto. Deixo a Guarda atrás de mim e rumo a este.

A paisagem parece querer alterar-se. Quase não vejo árvores; foram substituídas pelo granito. A estrada serpenteia, descidas, subidas, descidas, subida final. Após 14 km saio da A25 e encontro a N324.

Longas rectas e poucas curvas compõem 16 km de Antena 3. São horas de Há Vida em Markl, são horas de olhar o telemóvel e esperar que toque.

Ligo o sinal e, 90º depois, nova estrada. N340 e, às vezes, um ou outro CD ocupa o lugar das ondas da rádio. Desço até ao rio Côa, subo do Côa e, 9500 metros depois, lá está ela. Cruzo-me com a placa branca, imaculada, fria como a temperatura lá fora: Almeida.

O telefone toca. "Amo-te." - ouço através do auricular. "Estou a chegar. Correu tudo bem." "Amo-te muito, princesa; olha, já cheguei, acabei de estacionar."

O edifício vazio ergue-se, no exterior das muralhas. o motor pára, 90 km depois e o riso das crianças dos outros instala-se, comodamente, nos meus ouvidos.

"Sr. Rogério, um café, por favor!"

Tudo isto é verdade. Tudo foi contabilizado, sentido e vivido. Quem viaja sozinho sabe como é: tudo serve para ocupar o cérebro.

Até sempre, Almeida. Até sempre.

sexta-feira, 16 de junho de 2006

outras chuvas


Olho pela janela e uma luz enche-me a sala. Decido inspirar o ar da rua, cheirar a terra molhada pela chuva recente, que ainda cai. Não há movimento. É tarde. A lua começa a esconder-se; procura, também ela, o aconchego de uma cama. Não quero ir. Quero ficar. Aqui, nesta janela, a olhar o mundo que se estende até lá longe... quero ficar e olhar esta luz que me inebria, sorrir ao imaginar e imaginar ao sorrir.

Olho pela janela. Procuro-te. Imagino que cada ponto de luz que vejo és tu, e que a lua se esvai por causa de não estarmos juntos. Recordo noites e noites em que, juntos, olhámos esta mesma lua. Recordo a nossa paixão, o nosso amor, o nosso amor pela lua e pelas luzes que, imóveis, parecem querer dizer-nos algo...

Recordo as viagens com luz artificial, jantares à luz das velas, e velas que iluminavam a nossa intimidade. Adoro a luz. Adoro-te. Por isso, para ti, uma chuva de luz.

Amo-te!

o que conta é o processo, não o resultado


Gosto de estar em casa e sentir a trovoada a chegar até mim. Gosto de ouvir os trovões que se embrenham e ecoam nos contrafortes da serra! A chuva, os pingos grossos típicos deste mês de Junho também faz crescer em mim um desejo louco de correr pela chuva, de olhar para cima e sentir-me vivo!

Contudo...

Olho a chuva a cair por detrás da vidraça, colo as minhas mãos aos vidros e até o nariz acaba por ficar a pressionar o vidro... e nunca, mas mesmo nunca, decido ir correr pela chuva.
Caso me esquça do guarda-chuva, sei que o vou fazer... mas não é a mesma coisa, pois não? Apesar do resultado, parece-me bem mais importante o processo.

segunda-feira, 12 de junho de 2006

de volta...

"Não mexas no tempo
Pensa que esperar não é perder
O reencontro ao fim de um tempo
É mais doce que viver"

Este pedaço de música de André Sardet ajuda-me a explicar o que eu sinto hoje, agora. Andei afastado destes domínios, ando afastado destas lides... mas prometo que tudo voltará ao normal... tenho algumas fotos que quero compartilhar, alguns textos que quero dar à luz... bem, o de sempre...

Mas, até lá, vou ter de trabalhar mais um pouco... está a apertar...

Até breve... depois prometo fazer um pouco de literatura de viagens e tudo...