segunda-feira, 25 de outubro de 2010

a norte



Um fim de semana a norte, embalado pelo som do mar que se ia enrolando suavemente na areia fria. Escutei-o infinitamente ecoando dentro de mim bem depois de o ter deixado para trás; escutava-o ainda antes de o alcançar, quando o ruído martelado do motor rompia a quietude do alcatrão quente e negro, escuro como uma memória que queremos recordar e que se nos escapa.

Um fim de semana a norte para carregar baterias, embalado pelo som do mar que embatia friamente na costa rochosa. Escutei a forma como rebentava e ouvi-me em eco, lá longe, muito longe... embora perceptível.

Um fim de semana a norte, também, para me encontrar. Para perceber que o mar é também calmo e expressivo mesmo sem romper a harmonia das rochas e a quietude de uma noite estrelada e com um luar redondo, quente e que (me) iluminava até o mais profundo de mim.