domingo, 29 de outubro de 2006

vícios

Hoje o dia serviu para tentar readquirir um vicio de há muito tempo... acordei, peguei na bicicleta (oferta genial da minha princesa) e voltei a pedalar...

Foi como voltar atrás alguns anos e viver novamente toda a adrenalina dos passeios até infindáveis destinos com os amigos, foi o voltar a sentir a liberdade de que o vento na cara nos proporciona, foi sentir que os anos passaram e o tabaco está a tomar conta dos meus pulmões!

Virei à direita, em direcção à serra; queria saber até onde iam as minhas capacidades, saber até onde aguentavam os meus pulmões e qual a distância tolerada pelas minhas pernas... resultado? o esperado... parei pouco depois, encostei e descansei!

Mas a paisagem que a minha vista alcançava, a paz e a tranquilidade dos locais para onde me transporto fazem-me pensar duas vezes...

Por que razão deixei eu de andar de bicicleta???

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

era a isto que eu me referia



Obrigado youtube por permitires que esta memória se perpetue por toda a eternidade... é por momentos como este que, como disse antes, me fazem - faziam - acordar às tantas da manhã para ver uma corrida de F1... para ver o Schummy com o seu cavalinho rampante...

terça-feira, 24 de outubro de 2006

saudade

Viajo até ao dia de ontem. Percorro 200 km, os meus que ontem galguei sem saber para onde me levava o asfalto negro. Viajo de regresso ao breu do quarto que assistiu ao momento em que eu não te disse adeus.

Duas mãos entrelaçadas e o amor que fluir entre nós. A dor da ausência forçada, a iminência da partida. O tempo, inexorável, começa a mostrar-me o caminho da saída. Tento fugir a Chronos, mas ele mostra-se implacável. Uma ligeira brisa leva-me para longe de ti, para longe daquela escuridão que nos confortava e nos alheava do mundo.

Duas mãos entrelaçadas e os meus dedos que percorrem a tua face, em sinal de despedida. Um beijo. Outro. Outro ainda. Fujo por não saber o que fazer se não o fizer. Corro para não voltar atrás. Acelero para apressar o calendário.

O carro conduz-me para longe de ti; não vejo a estrada, não sei para onde vou nem o que faço preso a esta máquina do tempo infernal. O ruído do motor perturba-me, perturba o nosso breu, perturba os nossos silêncios cúmplices… é o carro que me traz até Elvas e não o contrário.

Chego sem saber onde estou, chego mas sinto que ainda temos as mãos entrelaçadas, na luz entrecortada que ecoa pela persiana. Esta luz é a nossa fonte de vida, é o que nos alimenta e o que não permite que nos afastemos.

Viajo até ti. Encontro-te. Vejo-me, beijo-te e ouço-me…

Estou aqui. Não te preocupes. Não deixarei que nada te aconteça. Está tudo bem, eu estou aqui.

fernando echevarría

Hoje, algures entre nos 200 km que separam a minha Covilhã de Elvas, ao ouvir a minha companhia fiel da estrada ouvi uma entrevista de Fernando Echevarría nas vésperas da apresentação de um livro - Obra Inacabada - que celébra os seus 50 anos de carreira literária.

Durante a conversa que mantinha com o repórter, Fernando Echevarría disse algo de incrivelmente simples e belo: "uma gaveta é um escritório". E eu, sorri.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

o barão vermelho


Hoje vibrei, pela última vez, com uma corrida de fórmula 1. Praguejei, aplaudi... e no fim da corrida desliguei a televisão...

Foi uma corrida de antologia, melhor, foi um fim-de-semana de antologia em que tudo parecia perdido, em que nada foi ganho. Contudo, uma corrida como a de hoje em Interlagos deve constar em todos os manuais da modalidade: uma corrida a todos os níveis perfeita contra tudo e contra todos.

Claro que não ganhou; mas hoje, nem isso importou. Esta última corrida de Schumacher ilustra bem aquilo que sempre me fez seu fã incondicional: a garra, a determinação e o olhar não no agora mas em algo que está mais longe... como a última grande manobra de schummy na fórmula 1, aquela que irei recordar para todo o sempre como a manobra que o define... a ultrapassagem ao Kimmy (seu sucessor na scuderia Ferrari).

Claro que não ganhou; claro que não voltará a ganhar; e mais claro ainda é que agora o lugar de patrão da F1 fica vago. Aceitam-se candidatos...

Enquanto ao patrão... um muito obrigado por 15 épocas de espectáculo... e um (porque não) até breve!

D

É este o número de vezes que a gaveta já foi aberta.

domingo, 22 de outubro de 2006

relatório de aprendizagens de elvas


1. Aprendi a ser dono da cozinha_não há ninguém que venha limpar o que sujei nem lavar a loiça utilizada para fazer o almoço ou o jantar; ah, e a comida não aparece feita, há que deitar as mãos ao fogão.
2. Aprendi a partilhar uma ligação à internet_um cabo de rede não é um cabo cruzado e mais uma data de dados técnicos que talvez não recorde nunca mais.
3. Aprendi que viver longe custa.
4. Aprendi o sabor doce de um fim-de-semana.
5. Aprendi um sorriso que nasce depois de atravessar o túnel da Gardunha e encontro a Covilhã já deitada na encosta, pronta a adormecer.
6. Aprendi que o sr. José Rondão Almeida é uma pessoa muito importante na cidade de Elvas pois o nome dele aparece um pouco por todo o lado_só depois descobri que afinal é o presidente da câmara... o ACTUAL presidente da câmara...
7. Aprendi a aprender de um outro modo_com todas as situações, com todas as pessoas.

sábado, 21 de outubro de 2006

reencontro com a chuva


(...)
Chuva, breu e gasolina, bar aberto, companhia,
cheiro a erva na latrina, chá, café e fantasia.
Ultrapasso um camião, passo fronteira e portagem.
O écran do alcatrão devorou a tua imagem.
Estou tão longe, estou tão perto, sei que nunca hei-de chegar
onde vou não sei ao certo, já não posso mais parar.

Contigo leio o futuro nas gotas do pára brisas,
coração inseguro, mãos vazias, indecisas.
Néon pálido, luar, Via Láctea, solidão,
tenho ganas de beijar o espelho da escuridão.
A grande roda da sorte é uma curva sem fim,
do outro lado da morte há uma estrada só p'ra mim.


Pedro Abrunhosa - Estrada

A chuva voltou. O mau tempo regressou e uma viagem de duas horas à noite, com a chuva por companhia, a coar memórias...

Dei por mim a recordar versos de Abrunhosa, versos geniais de música de e para a estrada. A chuva atingia os vidros com estrépito e os limpa pára-brisas rompiam a harmonia das gotas de chuva presas ao vidro.




Nesse momento, recordo novamente Abrunhosa. Da chuva faço mil estradas de vidro, / no meu carro a rolar (...). Depois, como bênção dos deuses da chuva, a chuva parou!

E o carro continuou a rolar estrada fora, não de Bayonne a Milão, mas de Elvas à Covilhã...

terça-feira, 17 de outubro de 2006

palno tecnológico em elvas

Agora, com internet em casa, vou estar mais activo nesta minha actividade de blogger. Assim vou-me sentir mais perto da minha Covilhã, daquela cidade onde estão todos aqueles que amo. A minha princesa e a minha família, os meus amigos e a minha serra que contrasta com esta planura alentejana.

Agora que tudo está resolvido com o acesso à internet, estarei mais próximo. Virtualmente mais próximo, mas o que conta é o sentimento. Como sempre; como aquela bola colorida nas mãos de uma criança...

terça-feira, 10 de outubro de 2006

em Elvas

Primeiro post directamente de Elvas... fruto da comodidade de ter internet (ainda que a meio gás) no conforto do meu lar... lá para a semana que vem talvez seja muito mais frequente a minha presença por aqui...

De Elvas, com o pensamento na Covilhã...

até já!

sábado, 7 de outubro de 2006

a ausência


deve-se a uma mudança radical de ambiente, ritmo e, enfim, de vida...

Contudo, lentamente, as coisas vão acalmando e esta gaveta voltará a ser aberta regularmente, de modo a exorcizar tudo aquilo que tenha que ser expelido...

Apenas uma reflexão... acho que devia ter seguido matemática. Não que tenha uma incomensurável paixão pelos números, mas sim pela quantidade de equações e incógnitas que vivi nestas duas últimas semanas.

Ponderei, ponderei e ponderei uma vez mais... espero ter seguido o melhor caminho! As opções?! As opções eram tão claras e objectivas como...


aquilo que poderás encontrar atrás de cada uma destas portas...

uma incógnita.