domingo, 30 de abril de 2006

esta noite


Hoje olho o céu e procuro a lua; quase não se vê, não se vê, não a vejo; a sombra da terra impede que brilhe, resplandescente e prateada. Os caminhos da serra quase se desvanecem no breu, apenas os vislumbro na silhueta da encosta, pressinto-os fugir e esconderem-se no vale.

Queria poder procurar-te mas sei que a tua ausência se irá prolongar até amanhã (sim, é já amanhã)... foi por isso que dei por mim a olhar o céu, a encontrar aquela estrela só nossa, a procurar na lua um sinal de ti... mas o céu, as estrelas e a lua apenas confirmaram o que eu já sabia... a lua fugiu: encolheu, envergonhou-se, escondeu-se...

Porque tu, tu não estás aqui...

Volta! E, se puderes, traz contigo a lua. A nossa lua.

o início...

O síndroma da folha em branco, o receio espreitando através da janela, olhando, olhando-me, controlando a minha mente e os meus dedos... é por ele que avanço. É por ele que escrevo. Não para fugir dele, apenas para brincar com ele, para o inebriar... quero apenas escrever, quero apenas dar aso à torrente de palavras que, por vezes, me tenta sufocar mas que depois acaba por não sair.

...e também para fugir às insónias!

Quero escrever! Gosto de o fazer; não de um modo sistemático e fervoroso... gosto de escrever quando me apetece e nem sequer tenho de fazê-lo para alguém... sei que acabo por estar a escrever para mim, talvez para mais duas ou três pessoas... mas também para uma pessoa muito especial, alguém que sei que virá aqui, encontrando nos textos tudo aquilo que já conhece... sim, princesa, és tu!

Vou voltar. Vou escrever. Está feita a inauguração deste meu espaço, deste nosso espaço, deste pedaço de "papel" inesgotável. Foi uma inauguração bastante comedida, creio. Sem fitas cortadas, sem figuras públicas, sem porto de honra, mas está feita!

E a mim, como convidado único deste momento solene, cabe-me proferir algumas palavras; não me ocorre nada brilhante, nem hilariante, nem algo que possa adjectivar como "frase lapidar"e por isso, decido avançar, continuar e viro costas à inauguração que presidia e assistia.

Até à próxima.

"Eu te baptizo em nome da Terra, dos astros e da perfeição."