Lá fora a chuva cai. Incessantemente. Ouço-a cair de forma certa e repetitiva. Ouço-a gotejar aqui e além. À minha volta acumulam-se papéis e trabalho, vidas e histórias que conheço ou, em alternativa, vou conhecendo.
Lá fora ouço ruídos de festa, de euforia alcoólica que se intervalam com a chuva que, de mansinho, inunda a minha cabeça.
Lá fora jovens estudantes celebram um rito de passagem, aquele rito que, em alguns momentos da nossa vida, já nos pareceu a coisa mais importante do mundo e algo de que não poderíamos abdicar nunca.
Lá fora a minha vida já desfilou. Outros há que ainda não sabem que tudo muda e que as recordações serão os únicos sorrisos que, em dias como hoje, poderão acompanhar-nos.
Lá fora capas negras ondulam ao sabor dos passos, encharcadas com o peso da água que vão absorvendo. Passos apressados abrem caminho para um evento onde os relógios não existem e o tempo pára.
Lá fora há alegria e animação, desejo de vencer e de não ser vencido, gritos, berros e urras e sorrisos e risos e danças e bailes e coreografias e o sr. Manuel do bar e a mula...
Lá fora há, seguramente, alguém que no futuro esteja cá dentro a pensar como está tudo lá fora. com vista para os tais papéis, claro está...
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
lá fora
devaneio retirado da gaveta por André quando o relógio marcava 15:17
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2 comentários:
São bons momentos que guardamos com muito carinho e que nos fazem sorrir em dias cinzentos.
Sim, os dias cinzentos são uma fonte inesgotável de memórias, daquelas doces e sorridentes, claro!
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