quarta-feira, 9 de novembro de 2011

lá fora

Lá fora a chuva cai. Incessantemente. Ouço-a cair de forma certa e repetitiva. Ouço-a gotejar aqui e além. À minha volta acumulam-se papéis e trabalho, vidas e histórias que conheço ou, em alternativa, vou conhecendo.

Lá fora ouço ruídos de festa, de euforia alcoólica que se intervalam com a chuva que, de mansinho, inunda a minha cabeça.

Lá fora jovens estudantes celebram um rito de passagem, aquele rito que, em alguns momentos da nossa vida, já nos pareceu a coisa mais importante do mundo e algo de que não poderíamos abdicar nunca.

Lá fora a minha vida já desfilou. Outros há que ainda não sabem que tudo muda e que as recordações serão os únicos sorrisos que, em dias como hoje, poderão acompanhar-nos.

Lá fora capas negras ondulam ao sabor dos passos, encharcadas com o peso da água que vão absorvendo. Passos apressados abrem caminho para um evento onde os relógios não existem e o tempo pára.

Lá fora há alegria e animação, desejo de vencer e de não ser vencido, gritos, berros e urras e sorrisos e risos e danças e bailes e coreografias e o sr. Manuel do bar e a mula...

Lá fora há, seguramente, alguém que no futuro esteja cá dentro a pensar como está tudo lá fora. com vista para os tais papéis, claro está...

2 comentários:

Gaveta Aberta disse...

São bons momentos que guardamos com muito carinho e que nos fazem sorrir em dias cinzentos.

André disse...

Sim, os dias cinzentos são uma fonte inesgotável de memórias, daquelas doces e sorridentes, claro!