sexta-feira, 5 de maio de 2006

um post à distância


Queria postar desde este planalto, aqui bem perto de Espanha, e também mais perto do sol que, por aqui, nos aquece de um modo diferente. Sento-me ao computador mas o olhar escapa-se pela janela, através dos recortes da vila amuralhada. Esqueço-me do post que desejo fazer, esqueço o mundo que flui dentro desta sala de professores e fujo para um mundo onde apenas a natureza existe.

Perco a noção dos limites e vou até ao horizonte recortado por cedros e uma torre de igreja. Reconheço o cemitério, a pousada e a simplicidade da vida nesta vila afastada do bulício da urbanidade, mais preocupada com o sol, com a chuva, com os elementos do que com noções comerciais ou monetárias.

Assim te vejo, Almeida. Assim existes para mim porque só assim és diferente e só assim terás sempre um espaço no meu coração, defendido por ameias escuras e perenes. Sinto saudades tuas, mesmo agora que ainda te olho e te reencontro em cada esquina. Sei que partirei em breve, mas também sei que tu vais continuar aqui, com a tua vida simples, como aquela ceifeira de que falava Pessoa.

Talvez por isso não te vá esquecer nunca. Talvez por isso tenhas um lugar tão especial no meu coração. Talvez porque despertas em mim uma paz e um sentimento de profunda calma e, todos os dias, me deixas com um imperceptível sorriso nos lábios.

Até breve, amiga de pedra e conselheira silenciosa.

1 comentário:

Anónimo disse...

É bom saber que Almeida fica no coração de quem por cá passa embora isso não seja novidade. Serão raros os que não são tocados por esta nobreza granítica.