quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Não acredito em bruxas... pero que las hay, hay

Uma correria louca entre capelinhas e tudo por causa de um recibo verde que ficou congelado desde Setembro até hoje... é o que dá ser-se cumpridor!

Desdobro-me em contactos com as finanças e com a entidade que decidiu congelar o recibo para tentar resolver toda a situação... no meio desta azáfama, um encontro casual com o mecânico que transportava na mala o meu eixo...

Qual é a razão de que sempre que há um problema, outro aparece logo de seguida para compor ainda mais o ramalhete...

Para afastar estas ideias, deixo que o meu pensamento voe pela janela entreaberta e esta tarde soalheira, leva-me, não sei porquê, a pensar em amapolas...

De Tarde

Naquele "pic-nic" de burguesas,
Houve uma
coisa simplesmente bela,
E
que sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi
quando tu, descendo do burrico,
Foste
colher, sem imposturas tolas,
A
um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima de uns penhascos,
Nós acampamos, inda o sol se via;
E houve talhadas de
melão, damascos,
E
pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos
teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda,
O
ramalhete rubro de papoulas!

Cesário Verde

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